Estamos vivendo uma pandemia causada por um vírus que ainda possui inúmeros fatores desconhecidos. Em síntese, o que se sabe sobre o quadro clínico da COVID-19 é sobre a Síndrome Respiratória Aguda, que deixa o paciente em estado grave, dependente de respirador artificial com extensa permanência em UTI e altos índices de óbitos que atingem a população mundial.
Mas atualmente existem várias pesquisas e publicações brasileiras e mundiais em andamento, correlacionando o vírus e possíveis alterações neurológicas.
Um estudo da China apresenta uma taxa de 36% de sintomas neurológicos em pacientes infectados pela COVID-19. Ainda não se sabe se o comprometimento neurológico ocorre no Sistema Nervoso Central (SNC), Periférico ou em ambos. Bem como, se ocorre de forma direta, onde o vírus teria uma predileção por células nervosas, atingindo as mesmas pela corrente sanguíneas ou, de forma indireta, devido ao processo inflamatório generalizado.
Sintomas são vistos em pacientes que testaram positivo ao COVID-19, como:
Comprometimento do nervo olfatório, convulsões, perda de consciência, alterações de memória e Encefalites.
Além disso, notou-se um aumento significativo na incidência de AVC – Acidente Vascular Cerebral “Derrame” -, inclusive em pacientes jovens, havendo duas hipóteses: acometimento direto das células nervosas ou alterações dos fatores coagulantes no sangue.
Na Itália, por exemplo, houve um aumento importante no número de pacientes que desenvolveram a Síndrome de Guillain Barré, doença que afeta a inervação periférica, com perda dos movimentos globais.
Outros estudos mostram a possibilidade de vítimas do novo coronavírus ter uma maior pré disposição a desenvolver doenças neurodegenerativas como Parkinson e Alzheimer. Contudo essas publicações, ainda não conclusivas, mostram a gravidade desse vírus e todo seu poder destrutivo no corpo humano, ou seja, mesmo as vítimas que se curam do quadro respiratório, podem apresentar sequelas neurológicas.
Em um pronunciamento recente no Reino Unido, o governador, através de fontes de estudos ingleses, informou que, mesmo curado, o organismo do paciente nunca mais retorna o mesmo após a infecção.
As recomendações dizem haver necessidade de um acompanhamento a médio e longo prazo, devido aos sintomas tardios.
A ciência já comprovou ao longo da história, a relação entre viroses e complicações neurológicas.
Em conclusão, não encarar a pandemia de forma leviana, é a escolha mais sensata.
Ainda há muitos pontos de interrogação sobre a COVID-19 e tudo o que ele pode causar no organismo humano. Sendo assim, neste momento, a prevenção é a melhor opção ou seja, todos os cuidados necessários de higienização, uso de máscaras e ficar em casa sempre que possível.
Por: Dr. Ft. Eduardo Bagne